segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Desde que criei este Blog, por sinal muito feio, nunca mais me ative a êle. Por uma coincidência o encontrei hoje, honrando a minha palavra. Lanço brevemente, com a apresentação do Deputado Federal Marcus Pestana meu nsegundo livro e aí vai o início de suas páginas.

O FOTÓGRAFO DE ALMAS

Homenagem Especial

Aos meus companheiros, vitimados pelo sofrimento mental, massacrados, tantas vezes, pela angustiante provação imposta pelo Poder da Criação, a minha palavra de afeto, de esperança e de luta constante, por dias melhores.

Ao Deputado Marcus Pestana, Secretário de Estado da Saúde de Minas Gerais, pela amizade conquistada ao acaso, pela sua presença no lançamento do meu primeiro livro, pelo incentivo constante para que eu não deixasse de escrever e muito mais; por sua atenção à Saúde Pública jamais prestada antes, necessidade maior do povo do Vale do Jequitinhonha. Este com certeza será fotografado por mim neste livro;
À minha família: A esposa Fátima Souza Maciel, mulher guerreira, que enquanto Pinel, fugindo até do querer de sua família, estava sempre a me visitar no Hospício, antes de casar-nos. Aos meus filhos, meus tesouros, filhos do sofrimento e que com orgulho eu os declino: Ricardo Souza Maciel, Jornalista, Lília Souza Maciel, Enfermeira, Hugo Souza Maciel, Farmacêutico/Analista clínico, Breno Souza Maciel, Químico Industrial.
Ai se não fosse dona Fátima com a sua tenacidade, esquecendo até de si mesma, 33 anos na Educação (na sua luta árdua na Lanchonete Pão e Mel) prestigiada com a presença diária dos doentes de dezenas de municípios, na busca da saúde. Certamente, tenho feito ou fiz a minha parte. Sou muito mais, um cuidador de doentes, meu ideal ou a minha missão de vida. Tantos e tantos deles se aportam há 15 anos nesta Lanchonete, bem próxima do Hospital em Diamantina

Porque não? Sou BIPOLAR: Sou meio como esta poesia da Escritora Amália.

Porque não? Sou BIPOLAR: Sou meio como esta poesia da Escritora Amália.

Sou meio como esta poesia da Escritora Amália.

EU

Se algum dia quiseres saber quem sou
De nada adiantará procurar-me na lua
no sol
nem mesmo nas estrelas....

Não me compares a eles,
Não tenho tanta beleza;

Se não encontrares resposta
E, mesmo assim,
Se ainda quiseres saber quem sou,

Procurar-me no mar,
no infinito...
será pura ilusão;
Não me compares a eles,
Não tenho tanta grandeza.

Se ainda insistires em saber que sou,
Não te bastará olhar
Nas rugas do tempo de um velho
no olhar meigo de uma criança...
poderá se desiludir;

Não me compares a eles,
Não tenho tanta pureza.

Se quiseres mesmo saber quem sou,
Te direi...
Sou o verso em forma de canção,

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Companheirismo até na dor

Muito antes ao CAPS - Centro de Atenção Psicossocial, a qualquer ação inerente à Saúde Mental, Jose Vagner foi sempre companheiro, cuidador inseparável dos portadores de sofrimento mental. Cuidou, ajudou, levou pra casa, e muito mais, esteve pronto para estar junto em momentos difíceis e incertos. Uma pessoa humana, sensível, capaz de indignar-se com o preconceito e as injustiças sociais. Temos a oportunidade de conviver com o nosso admirável amigo Jose Vagner, de rara sensibilidade em relação aos seres humanos, e em especial, aqueles portadores de sofrimento. Possui a enorme capacidade de comunicar, de se empolgar e transmitir esperanças. Uma pessoa que olha o mundo com uma perspectiva diferente, que se desdobra diante das injustiças sociais, atitude esta, que muitas vezes o conduz a caminhos difíceis, porém, descobriu que pode muito bem viver com o coração ferido e cicatrizado. A você companheiro de lutas, o nosso muito obrigado, amor, gratidão, reconhecimento, amizade, e acima de tudo, o nosso carinho.

Continue conosco nesta luta!

Carinhosamente

Usuários e funcionários do CAPS – Centro de Atenção Psicossocial

domingo, 9 de agosto de 2009

ONDE ESTÂO MEUS AMIGOS?

Sabe o que eu queria agora.
Sair por aí e encontrar alguém
Que não me dissesse nada
Não me perguntasse nada também
Que me oferecesse um ombro amigo
Onde eu desaguasse todo desengano
Podem até me chamar de louco
De poeta ou menestrel
O que adianta ser poeta, lançar livros!
Os homens vivem agarrados nas Tvs
Os homens sempre estão se mutilando
em busca do nada
As pessoas andam tristes
Meus amigos, aí meus amigos!
Onde estão que não me escutam?

MEU CAMINHO PARA O CALVÁRIO

Interessante! O Bipolar para mim, começou com uma profunda depressão, quando tentei um auto-extermínio - A solidão e a angústia eram umas cruzes por demais pesadas. Fiquei enclausurado por três dias sem dialogar e sem alimentar e, a essa altura já não me preocupavam minhas faltas no trabalho e a vida parecia terminar ali, nada me ensejava viver; tuberculoso (doença sugerida) e com a mente que não desligava um só momento, viajava em meus pensamentos mórbidos e atrozes. Domingo, 26 de fevereiro de 1968, às 5 horas da manhã de Cristo, estava eu no último andar de um prédio abandonado, onde morava num quartinho (hoje um moderno centro cirúrgico) para muitos, mal assombrado, e eu, completamente só, debilitado e em completo desatino, sem vontade para viver. Como era triste! Tentava arrancar meu cabelo, enquanto as lágrimas banhavam por completo a minha magra face, o meu corpo parecia já incomodar o espaço que ocupava naqueles momentos tão conturbados. Um revolver conseguido na escrivaninha do colega de quarto lampejava no aço inoxidável. Foram três horas de tentativa funesta de auto-extermínio, até que apareceram dois anjos de Guarda, um Padre e o Leopoldo Lopes de Macedo. E vai Pinel !!! Nos primeiros momentos do carnaval de 1968, estava eu, interno na Pinel. Foram 17 anos entre idas e vindas, “tratado” com se esquizofrênico fosse. Foi um período tenebroso entre os choques elétricos, sem falar nos milhares de Haldóis, Amplictis, Trofanis, Anafranis e tantas outras drogas, quase todas indesejáveis. Imaginem quantas guerras travei nessa via Cruzis.

O INÌCIO DA MINHA VIA CRUZES

Em 1968 completava quatro anos de muita luta e aprendizado nesta Diamantina amada. Estava com 20 anos, retirante aos 16 anos da minha terra natal, Turmalina. Até então, vivendo uma juventude dentro dos padrões da época, trabalhando duro na luta pela minha sobrevivência, estudando, namorando e divertindo-me. Desde 1967, já estava engajado em alguns movimentos sociais. Eu começava a viver os meus sonhos e fantasias na terra do Presidente Juscelino Kubitschek; tempo das conquistas, de comprar a primeira radiola portátil que tocava os discos de vinil, que me possibilitava fazer serestas para a primeira namorada, com as músicas do Agnaldo Timóteo, Nelson Gonçalves, Altemar Dutra e tantos outros idolatrados na época. Tempo de ganhar um abraço fraterno do Presidente J.K, com direito a foto para a posteridade. A minha bipolaridade, sei agora, iniciou-se quando um médico me julgou estar tuberculoso, quando fui solicitar um atestado médico pra fazer o segundo grau.Eu chegava de Turmalina em período pré-carnaval, onde passei a fumar 3 maços de cigarro/dia, pintando parte do cabelo com água oxigenada para fingir ter passado num vestibular. Estava voando entre estrelas e a minha velha Eponina preocupada com o meu desatino. No próximo bloco contarei o início do meu angustiado caminho para o hospício de nome Pinel.